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6 riscos escondidos na contabilidade da sua empresa

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Você já parou para pensar se a contabilidade da sua empresa está sendo processada da forma correta? Desde o momento em que o Brasil iniciou a convergência das regras contábeis para o padrão internacional do IFRS, tem sido desafio constante para as empresas brasileiras, e erros na contabilização podem se acumular ao longo do tempo e as consequências podem ser sentidas somente quando a situação já estiver fora de controle.  

Ao adotar uma abordagem proativa para a gestão de riscos contábeis, investir em capacitação e contar com o apoio de especialistas, você pode se certificar que a contabilidade de sua empresa esteja em conformidade com as normas internacionais e evitar surpresas desagradáveis no futuro. 

Imagine o impacto que uma contabilização de leasing errada pode ter na avaliação da saúde financeira de sua empresa. Esses compromissos financeiros ocultos podem afetar sua capacidade de obter crédito junto a instituições financeiras e dificultar o acesso a novos investimentos.  

Da mesma forma, uma avaliação errônea de ativos intangíveis pode levar a decisões estratégicas equivocadas, resultando em investimentos em áreas que não agregam valor real à empresa. 

As receitas mal reconhecidas podem mascarar problemas de rentabilidade e levar a uma má alocação de recursos, comprometendo a capacidade da empresa de crescer de forma sustentável.  

Neste texto, iremos explorar os riscos ocultos que podem estar presentes na contabilidade de sua empresa e destacar a importância de seguir corretamente as normas IFRS para evitar divergências futuras. 

 

O que são as normas IFRS 

s Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS) são um conjunto de padrões contábeis internacionais que foram desenvolvidos e são mantidos pelo International Accounting Standards Board (IASB). As IFRS têm como objetivo estabelecer um conjunto único e consistente de regras contábeis que empresas em todo o mundo possam seguir ao preparar suas demonstrações financeiras.  

A principal finalidade das IFRS é melhorar a transparência e a comparabilidade das demonstrações financeiras de empresas em diferentes países. Ao adotar essas normas, é possível fornecer informações financeiras mais consistentes e compreensíveis para investidores, analistas, credores e outras partes interessadas, independentemente de onde estejam localizadas. 

As Normas Internacionais foram adotadas no Brasil para fins de convergência com as práticas contábeis internacionais. A adoção das IFRS foi um importante passo para alinhar as práticas contábeis brasileiras com os padrões internacionais, tornando as demonstrações financeiras das empresas brasileiras mais comparáveis globalmente e atraindo investidores estrangeiros. Abaixo citamos alguns pontos importantes acerca do tema: 

Princípio da essência sobre a forma: as IFRS enfatizam o princípio da essência sobre a forma, o que significa que a substância econômica de uma transação deve ser refletida nas demonstrações financeiras, independentemente de sua forma legal. 

Mudanças na contabilidade: as IFRS frequentemente introduzem novos padrões contábeis e revisões para refletir mudanças nas práticas de negócios e nas necessidades dos usuários das demonstrações financeiras. 

Padrões específicos: as IFRS cobrem uma ampla gama de tópicos contábeis, incluindo reconhecimento de receitas, contabilidade de arrendamento, mensuração de ativos e passivos, divulgação de informações, entre outros. 

Aplicação obrigatória: as IFRS são obrigatórias para as empresas de capital aberto, instituições financeiras e demais empresas de grande porte, de acordo com critérios estabelecidos pelo governo brasileiro. As pequenas e médias empresas (PMEs) têm a opção de adotar as IFRS ou o CPC PME (Comitê de Pronunciamentos Contábeis para Pequenas e Médias Empresas).  

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC): o CPC é responsável por emitir Pronunciamentos Técnicos e Interpretações sobre a aplicação das IFRS no Brasil. Ele atua em cooperação com o International Accounting Standards Board (IASB) para garantir a convergência das normas brasileiras com as internacionais.  

Normas Locais vs. IFRS: as empresas que adotam as IFRS no Brasil devem seguir as normas internacionais na medida do possível. No entanto, há algumas diferenças pontuais entre as IFRS e as práticas contábeis locais brasileiras, principalmente relacionadas a questões fiscais e regulatórias específicas do Brasil. 

Divulgação e transparência: as empresas que adotam as IFRS devem seguir diretrizes específicas de divulgação para garantir que as informações financeiras sejam transparentes e compreensíveis para os usuários das demonstrações financeiras. 

 

Risco 1: Leasing mal contabilizado 

Para refrescar a memória, leasing é um acordo financeiro em que uma parte, chamada de arrendadora permite que outra parte, chamada de arrendatária, utilize um ativo, como um veículo, equipamento ou imóvel, por um período específico em troca de pagamentos regulares.  

O arrendatário não se torna o proprietário legal do ativo durante o período do contrato de leasing, mas obtém os benefícios de seu uso, assumindo responsabilidades financeiras associadas a ele. 

A contabilização inadequada de leasing pode ser uma armadilha para muitas empresas. Com a implementação do IFRS 16, a maioria dos contratos de arrendamento deve ser reconhecida no balanço como ativo e passivo. O não cumprimento dessa norma pode levar a relatórios financeiros distorcidos e avaliações incorretas de liquidez e solvência.  

Os órgãos reguladores estão cada vez mais atentos a esses erros, o que pode resultar em multas e penalidades significativas. Além disso, a imagem da empresa junto aos investidores pode ser afetada, levando a uma perda de confiança no mercado.  

A empresa precisa analisar seus contratos de leasing com cuidado, considerando detalhes como o valor presente das parcelas de arrendamento, o período do contrato e as opções de compra. Um erro na contabilização de leasing pode levar a uma falta de transparência nas demonstrações financeiras, ocultando dívidas e compromissos futuros. 

 

Risco 2 – Intangíveis: uma avaliação incerta  

Ativos intangíveis são recursos econômicos não físicos que uma empresa possui e controla, mas que não têm uma presença física tangível. Eles representam o valor econômico de direitos, benefícios ou vantagens que resultam de ativos não monetários.  

Como exemplos podemos citar propriedade intelectual, isso engloba patentes, marcas registradas e direitos autorais. Goodwill, que representa o valor da reputação da clientela e também da marca de uma empresa. Ela é muitas vezes associada às fusões e aquisições, refletindo a diferença entre o preço de uma empresa e o valor de seus ativos tangíveis e intangíveis. 

Os ativos intangíveis são preciosos para muitas empresas, mas sua avaliação pode ser um desafio. A contabilização inadequada desses ativos pode levar a uma superestimação ou subestimação do valor da empresa, prejudicando a tomada de decisões estratégicas.  

O IFRS requer uma análise criteriosa para determinar o valor justo desses ativos, levando em consideração fatores como preços de mercado e projeções de fluxo de caixa. A falta de especialistas qualificados nessa área pode ser um risco sério para a empresa.  

Além disso, o tratamento contábil de ativos intangíveis requer atualizações periódicas, pois alguns ativos podem ter seu valor reduzido ao longo do tempo, o que pode afetar negativamente o balanço patrimonial. 

 

Risco 3 – Receitas mal reconhecidas  

Receitas mal reconhecidas, dentro do contexto da contabilidade, referem-se a situações em que uma empresa registra ou reconhece receitas de maneira inadequada, imprecisa ou prematura em seus registros financeiros. Isso pode ocorrer por várias razões, incluindo erros contábeis, interpretações incorretas de políticas contábeis, ou até mesmo fraudes financeiras. 

Reconhecer receitas de forma inadequada pode ser uma cilada para a sua empresa. O método PoC é comum em projetos de longo prazo, mas seu correto reconhecimento requer uma avaliação precisa do estágio de conclusão do projeto. 

A contabilização incorreta pode levar a um relatório inflacionado de receitas, que não reflete a realidade do andamento dos projetos. Isso pode resultar em uma percepção equivocada do desempenho da empresa e colocar em risco sua credibilidade junto a investidores e parceiros comerciais. 

A empresa deve garantir que seus controles internos estejam preparados para acompanhar o progresso dos projetos e identificar os estágios de conclusão. A falta de informações precisas sobre a receita gerada por cada projeto pode levar a decisões estratégicas equivocadas e comprometer a rentabilidade da empresa.

Exemplos de receitas mal reconhecidas: 

Receitas antecipadas (reconhecimento prematuro): registrar receitas antes de elas serem realmente realizadas. Isso pode ocorrer quando a empresa reconhece a receita no momento da venda, mesmo que os produtos ou serviços ainda não tenham sido entregues ao cliente ou que as obrigações do contrato ainda não tenham sido cumpridas.  

Manipulação de receitas: ocorre quando uma empresa infla suas receitas deliberadamente para melhorar sua posição financeira ou atrair investidores. A manipulação de receitas é uma forma de fraude contábil e é ilegal.  

Erro de contabilização: as vezes, os erros simplesmente ocorrem devido a equívocos na contabilização das transações. Por exemplo, uma empresa pode registrar uma venda duplicada, levando a um reconhecimento excessivo de receita. 

Contabilização de receitas futuras: reconhecer receitas relacionadas a contratos de longo prazo em períodos anteriores ao que é permitido pelas normas contábeis. Isso pode ocorrer quando a empresa não segue as regras de reconhecimento de receitas de acordo com padrões contábeis, como o IFRS 15 ou o ASC 606. 

Reconhecimento de receitas sem evidência de venda: registrar receitas sem evidências adequadas de que uma transação de venda ocorreu. Isso pode ocorrer em casos de vendas fictícias ou quando não há documentação apropriada para respaldar a transação. 

 

Risco 4 – Fusões e Aquisições: um alerta!   

Quando duas empresas independentes unem seus recursos, ativos, competências e operações para formar uma nova entidade consolidada isso é chamado de Fusão. Elas compartilham a propriedade e o controle das partes envolvidas, buscando maior competitividade, economias de escala e alcance ampliado no mercado  

Já aquisição, é o movimento de uma empresa que adquire a totalidade ou a maior parte das ações de outra empresa, resultando na incorporação desta última à estrutura da empresa compradora. Esse processo pode ser motivado por diversos fatores, como acesso a novos mercados, tecnologias, recursos humanos qualificados ou simplesmente a eliminação de concorrência.   

A realização de fusões e aquisições é uma estratégia essencial para empresas que buscam crescimento em um mercado cada vez mais competitivo. Elas têm o poder de redefinir o cenário empresarial, impulsionando a expansão e a competitividade das organizações envolvidas. Mas é preciso atenção! 

Aquisições mal contabilizadas podem ser uma verdadeira bomba-relógio para a saúde financeira de sua empresa. A correta avaliação do valor justo dos ativos adquiridos é fundamental para garantir a integridade das demonstrações financeiras.  

Erros nessa área podem levar a um registro incorreto do goodwill e gerar resultados distorcidos. Investidores e analistas podem questionar a credibilidade das demonstrações financeiras, prejudicando a reputação da empresa. 

A empresa deve realizar uma due diligence rigorosa antes de realizar qualquer aquisição, a fim de avaliar corretamente o valor dos ativos intangíveis e identificar possíveis passivos ocultos. A falta de uma avaliação precisa pode levar a uma superestimação do valor do goodwill e criar expectativas irreais para os investidores. 

 

Risco 5 – A incerteza das receitas a prazo  

Vendas a prazo podem ser um componente significativo da receita de sua empresa. No entanto, a contabilização inadequada pode levar a uma estimativa equivocada do recebimento futuro, afetando a saúde financeira da empresa.  

A falta de uma abordagem precisa e fundamentada para o reconhecimento de receitas pode resultar em uma distorção do desempenho real da empresa, gerando incerteza junto aos investidores e credores. 

A empresa deve desenvolver políticas claras para o reconhecimento de receitas, estabelecendo critérios objetivos para determinar quando a receita deve ser registrada. A falta de uma política clara pode levar a uma contabilização inconsistente das receitas, criando desconfiança entre os stakeholders. 

 

Risco 6 – Riscos Desconhecidos  

A má gestão contábil pode dar origem a uma série de riscos desconhecidos que as empresas podem enfrentar, que podem não ser imediatamente óbvios, mas terão consequências significativas a longo prazo. 

Além dos pontos mencionados nos tópicos anteriores, as normas IFRS estão em constante evolução, e o desconhecimento das mudanças pode representar um risco oculto para sua empresa. A falta de atualização e conhecimento das normas pode levar a uma contabilidade defasada e inadequada.  

A ausência de conformidade com as normas IFRS pode gerar consequências legais e financeiras graves, incluindo multas, ações judiciais e até mesmo a perda de licença de operação.  

 

E agora? Como saber se minha contabilidade está sendo bem processada?  

A empresa deve investir na capacitação de sua equipe contábil, fornecendo treinamentos e workshops para mantê-los atualizados sobre as últimas mudanças nas normas IFRS. Além disso, é importante contar com o apoio de especialistas contábeis e jurídicos para garantir que a empresa esteja sempre em conformidade com as regras contábeis e legais. 

Entender que sua empresa precisa se resguardar, mesmo que tudo aparente estar bem, é um bom primeiro passo. Contar com uma empresa comprometida com o seu negócio, experiente e que esteja amparada por especialistas e tecnologia é um caminho seguir a seguir e ele pode ser aqui conosco.  

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