Conformidade trabalhista na terceirização: como garantir
A terceirização de serviços é uma prática amplamente utilizada no mercado, contribuindo para a eficiência operacional e foco no core business (principal atividade) das empresas.
No entanto, é fundamental garantir a conformidade trabalhista para evitar riscos legais, financeiros e de imagem. Este artigo tem como objetivo apresentar boas práticas e os documentos exigidos para assegurar uma contratação terceirizada em conformidade com a legislação vigente.
Neste conteúdo, você vai descobrir os principais riscos da terceirização sem conformidade, os documentos que não podem faltar e as boas práticas para manter a sua empresa segura e alinhada à legislação.
O que é conformidade trabalhista na terceirização?
Conformidade trabalhista é o conjunto de práticas, políticas e procedimentos adotados por uma empresa para garantir o cumprimento das leis e normas relacionadas às relações de trabalho. Envolve o respeito às leis trabalhistas (como a CLT), às normas da Reforma Trabalhista (Leis nº 13.429/2017 e 13.467/2017) e às obrigações previdenciárias e fiscais.
A empresa contratante deve adotar um papel ativo na fiscalização da conformidade dos seus prestadores de serviço (terceiros). A preocupação se estende à responsabilidade solidária ou subsidiária que a empresa contratante pode ter em caso de irregularidades trabalhistas cometidas por essas empresas terceirizadas.
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Quais são os tipos de contratação terceirizada?
A contratação direta ocorre quando um trabalhador é admitido como funcionário da empresa. Na terceirização, uma empresa contrata outra para fornecer mão de obra ou serviços. Desde a Reforma Trabalhista, é permitida a terceirização de qualquer atividade, seja meio ou fim, desde que respeitados os direitos dos trabalhadores e garantidas condições adequadas de trabalho.
Riscos de não seguir a conformidade trabalhista
Empresas que negligenciam a conformidade podem ser responsabilizadas de forma subsidiária ou solidária pelas obrigações trabalhistas dos seus fornecedores. Isso inclui passivos trabalhistas para a empresa contratante como salários atrasados, encargos não pagos, acidentes de trabalho, multas e autuações por órgãos fiscalizadores (como Ministério do Trabalho e MPT) e danos reputacionais, especialmente em casos de denúncias ou ações judiciais públicas. Além do impacto financeiro, há riscos à reputação da empresa.
Boas práticas para garantir a conformidade na terceirização
- Realizar due diligence trabalhista antes da contratação (verificando o histórico jurídico e reputacional, exigindo certidões negativas trabalhistas, fiscais e previdenciárias);
- Avaliar a regularidade fiscal, previdenciária e trabalhista do fornecedor;
- Incluir cláusulas contratuais que prevejam a obrigação de apresentar documentação periodicamente e penalidades em caso de descumprimento legal;
- Acompanhar o cumprimento das obrigações por meio de auditorias e indicadores dos prestadores com maiores riscos;
- Verificar condições reais de trabalho no local de prestação de serviços através da auditoria de campo;
- Exigir políticas de saúde e segurança adequadas aos riscos da atividade;
- Fazer entrevistas com funcionários terceirizados, quando necessário;
- Esclarecer aos fornecedores sobre as exigências legais e contratuais;
- Automatizar alertas para documentos vencidos ou não enviados.
Documentos essenciais na terceirização de serviços
Documentos legais e fiscais:
- Cópia do CNPJ e contrato social atualizado;
- Certidões negativas de débito (INSS, FGTS, Receita Federal, Justiça do Trabalho).
Documentos trabalhistas:
- Folha de pagamento dos empregados terceirizados;
- Comprovantes de pagamento de salários;
- Guias de recolhimento do INSS, FGTS e tributos (GFIP, eSocial);
- Contratos de trabalho.
Documentos de saúde e segurança do trabalho:
- PPRA e PCMSO atualizados;
- Atestados de Saúde Ocupacional (ASO);
- Fichas de entrega de EPIs com assinatura dos empregados.
Outros documentos recomendados:
- Contrato de prestação de serviços com cláusulas de conformidade;
- Lista de empregados alocados na prestação do serviço com respectivas funções e turnos.
Como fazer uma boa gestão de terceiros com conformidade
- Criar um programa de compliance trabalhista específico para terceiros;
- Treinar gestores e equipes sobre responsabilidades legais;
- Utilizar plataformas digitais para gestão documental e avaliação de conformidade;
- Definir critérios de homologação de fornecedores e reavaliar periodicamente.
A conformidade trabalhista na terceirização é uma responsabilidade compartilhada entre a empresa contratante e seus prestadores de serviço. Para que essa relação funcione de forma segura e eficiente, é necessário um esforço contínuo de planejamento, controle e transparência.
A contratante deve ir além da simples formalização contratual, assumindo uma postura ativa na verificação do cumprimento das obrigações legais por parte dos terceiros, especialmente quando envolve mão de obra contínua e diretamente ligada à sua operação.
Empresas que investem em boas práticas de gestão de terceiros, como due diligence na contratação, monitoramento periódico, auditorias e exigência de documentação trabalhista, conseguem reduzir significativamente os riscos trabalhistas, fiscais e reputacionais. Além disso, fortalecem a governança corporativa, demonstram compromisso com a ética e promovem um ambiente mais justo e seguro para todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Ao estabelecer relações mais sustentáveis e transparentes com seus fornecedores, a empresa também contribui para a valorização das condições de trabalho, o que pode refletir diretamente na qualidade dos serviços prestados. Mais do que uma exigência legal, a conformidade trabalhista se torna um elemento estratégico.
Por fim, o investimento em conformidade não é apenas uma medida preventiva — ele representa um diferencial competitivo. Em um mercado cada vez mais exigente e fiscalizado, empresas que demonstram compromisso com o cumprimento da legislação e a responsabilidade social tendem a ganhar destaque, confiança de investidores e preferência de grandes contratantes.
LEIA MAIS: Como gerenciar as não conformidades trabalhistas
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Autor: Jerônimo Araújo Bezerra | Analista de Gestão de Terceiros na Bernhoeft