Evite acidentes de trabalho com terceiros no setor elétrico
Acidentes de trabalho não impactam apenas quem sofre a lesão ou a família. Eles podem comprometer a saúde financeira e a reputação de uma empresa inteira.
Segundo dados do Ministério Público do Trabalho, só em 2024 os custos relacionados a indenizações e afastamentos por acidentes de trabalho ultrapassaram R$ 173 bilhões no Brasil.
O detalhe que chama a atenção é que boa parte desses acidentes envolvem trabalhadores terceirizados. São eletricistas, técnicos de manutenção e equipes de apoio que atuam diretamente em redes de distribuição e transmissão, muitas vezes sem os devidos treinamentos, equipamentos de proteção ou supervisão.
E quando o desafio está nos terceiros, ele também se torna responsabilidade da empresa contratante.
Isso evidencia que a gestão de terceiros é essencial, visto que a falta de controle e visibilidade dos terceiros transforma riscos operacionais em indenizações, passivos legais e reputacionais para a empresa contratante.
Indenizações acidentes de trabalho e seus impactos
As indenizações por acidentes de trabalho podem envolver valores milionários, responsabilidade solidária e danos irreversíveis à imagem da empresa.
Quando terceirizados estão envolvidos, o risco se amplia, já que muitas vezes não há acompanhamento rigoroso da documentação e dos treinamentos.
Casos recentes reforçam esse alerta:
Morte após queda de poste
Em 2024, a Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul condenou solidariamente uma empresa de telefonia e sua terceirizada pela morte de um trabalhador que caiu de um poste durante reparos.
A perícia comprovou falhas graves: ausência de treinamentos adequados, EPIs sem certificação e descumprimento das normas NR-01, NR-06 e NR-35. O valor da indenização incluiu danos morais expressivos para os familiares.
Choque elétrico de 25 mil volts
Outro caso envolvendo terceirizado chamou atenção. Um eletricista sofreu descarga de 25 mil volts ao substituir um poste de energia. Ele sobreviveu, mas com sequelas permanentes.
A empresa foi condenada a pagar danos materiais, morais, estéticos e pensão vitalícia. A perícia destacou falhas de manutenção nos equipamentos e ausência de suporte técnico adequado.
Mesmo que a responsabilidade direta seja do terceirizado, a empresa contratante responde solidaria ou subsidiariamente, reforçando a necessidade de uma gestão de terceiros eficiente e preventiva.
Essas decisões deixam claro que indenizações acidentes de trabalho não são eventos isolados. Elas resultam da falta de acompanhamento efetivo, de treinamentos consistentes e da gestão próxima da rotina dos terceirizados.
A importância dos treinamentos para terceiros e fornecedores
O setor elétrico é um dos mais críticos em termos de segurança. Manutenção de cabos, substituição de postes, trabalho em altura e manipulação de equipamentos energizados são tarefas diárias que expõem profissionais a riscos de morte.
Nesse cenário, treinamentos obrigatórios deixam de ser apenas requisitos legais e se tornam barreiras vitais contra acidentes. Entre os mais importantes, estão:
NR-10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade;
NR-35 – Trabalho em altura;
NR-33 – Espaços confinados;
NR-18 – Segurança em atividades de construção e manutenção.
Um trabalhador sem a devida capacitação não sabe reconhecer sinais de tensão residual, não domina o uso de EPIs isolantes nem segue protocolos para situações emergenciais. Essa falta de preparo aumenta exponencialmente as chances de acidentes graves.
Com a mobilização de fornecedores, é possível exigir e comprovar que cada trabalhador terceirizado recebeu e concluiu os treinamentos obrigatórios antes mesmo de iniciar suas atividades.
Isso não apenas reduz riscos, como também protege a empresa de futuras indenizações acidentes de trabalho.
Os riscos no setor elétrico e o papel dos terceirizados
O setor elétrico brasileiro enfrenta um desafio estrutural em que grande parte da mão de obra responsável por manutenção e expansão da rede é terceirizada. Essa realidade cria um cenário de risco porque:
- A atividade exige alto nível técnico e atualização constante;
- Muitas empresas terceirizadas operam com baixo investimento em segurança;
- Há pressão por prazos curtos, o que pode levar ao descuido com protocolos.
Segundo dados da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), em 2023 foram registrados 781 acidentes elétricos fatais no Brasil. Boa parte desses registros envolve terceirizados.
Se, por um lado, a terceirização é estratégica e garante flexibilidade, por outro, exige gestão ativa e criteriosa dos fornecedores.
Sem isso, os riscos recaem diretamente sobre a empresa contratante, resultando em processos, condenações e danos à imagem.
Mobilização de fornecedores: o primeiro filtro de segurança
É nesse contexto que a mobilização de fornecedores se torna indispensável. Esse processo vai além de coletar documentos, ele cria uma barreira de proteção que assegura que apenas trabalhadores aptos e empresas em conformidade entrem na operação.
Cada etapa reduz as chances de falhas que podem culminar em indenizações acidentes de trabalho.
Ao centralizar e padronizar esse processo, a empresa contratante assegura que não há lacunas de segurança que possam resultar em crises.
Inteligência artificial e agilidade no controle de terceiros e fornecedores
A tecnologia já é um diferencial decisivo no controle da segurança de terceiros. Na Bernhoeft, a análise automática de documentos realiza uma pré-análise em até 11 segundos por arquivo, com 95% de precisão, identificando inconformidades rapidamente.
Esse processo não substitui a avaliação humana, ao contrário, complementa. O sistema garante velocidade e consistência, enquanto um especialista valida as informações e assegura que nada passe despercebido.
Essa combinação entre inteligência artificial e expertise humana cria um filtro robusto, que impede que documentos vencidos ou inconsistentes liberem trabalhadores para o campo.
Com isso, a empresa não apenas reduz riscos de acidentes, mas também se antecipa a problemas que poderiam resultar em condenações futuras.
Controle de acesso: o crachá como última barreira
Mas não basta liberar o acesso. É preciso monitorar se os terceiros continuam em conformidade ao longo do tempo.
Para isso, soluções como o crachá com QR Code permitem que gestores de campo consultem em segundos o status de conformidade de qualquer trabalhador. Com um simples escaneamento, é possível verificar se o ASO está válido, se o treinamento obrigatório foi atualizado e até se há alguma pendência de documentação.
Se houver qualquer pendência, o acesso é bloqueado automaticamente. Isso elimina a chance de um terceirizado irregular iniciar atividades de risco, assegurando conformidade total da operação.
Por que a mobilização de fornecedores é essencial no setor elétrico?
No setor elétrico, cada erro pode custar vidas, gerar indenizações milionárias e comprometer a confiança da sociedade em um serviço essencial. Nesse cenário, a mobilização de fornecedores não é apenas burocracia, é sobrevivência corporativa.
Sem ela, empresas ficam vulneráveis a:
- Acidentes graves com terceiros;
- Responsabilidade solidária em processos trabalhistas;
- Multas administrativas e ações civis públicas;
- Crises de imagem que afetam diretamente contratos e resultados.
Com ela, é possível criar uma cultura de prevenção, blindar a operação contra riscos e, principalmente, mostrar respeito à vida dos trabalhadores.
No setor de energia elétrica, os riscos são altos demais para serem ignorados. A mobilização de fornecedores surge como a solução mais eficaz para transformar risco em segurança.
Mais do que cumprir normas, trata-se de proteger vidas, evitar perdas financeiras e preservar a reputação de quem fornece a energia que move o país.