Indicadores de diversidade e inclusão na cadeia de valor

Ultima atualização: 01.08.2025

A diversidade e inclusão (D&I) têm se consolidado como pilares fundamentais nas estratégias corporativas. Muito além do cumprimento de cotas sociais, essas iniciativas estão sendo incorporadas de forma estruturada como parte essencial da agenda ESG — e isso inclui a atuação junto à cadeia de valor.

Adotar políticas de D&I não apenas melhora a reputação da empresa, mas também amplia sua visão organizacional, fortalece a governança e contribui para ambientes mais justos e inovadores. Empresas comprometidas com a inclusão esperam que esse valor também esteja presente entre fornecedores e parceiros, influenciando diretamente suas relações comerciais.

Ainda assim, mensurar e auditar práticas de diversidade e inclusão continua sendo um desafio. Isso porque envolve indicadores quantitativos e qualitativos, aspectos culturais e realidades distintas entre organizações. Neste conteúdo, você vai entender como esse processo pode ser estruturado e aplicado na prática.

O que é diversidade e inclusão na cadeia de valor?

Diversidade está relacionada à presença de pessoas com diferentes origens, identidades e vivências, como gênero, raça, orientação sexual, pessoas com deficiência, idade, entre outros, em todos os níveis da organização.

Inclusão, por sua vez, diz respeito à criação de ambientes seguros, equitativos e acessíveis, onde essas diferenças são respeitadas e valorizadas de forma ativa.

No contexto da cadeia de valor, a responsabilidade vai além da contratação de fornecedores diversos. É necessário garantir que os parceiros estejam comprometidos com práticas inclusivas claras, com canais de escuta acessíveis e políticas que promovam a equidade de forma efetiva.

Como implementar indicadores de diversidade e inclusão

Indicadores de diversidade e inclusão são fundamentais para acompanhar a efetividade das políticas de D&I nas organizações e junto aos fornecedores. Eles ajudam a mensurar avanços, identificar lacunas e tomar decisões mais fundamentadas.

Mais do que ter uma política documentada, é essencial avaliar como ela foi implementada e quais resultados está gerando. Isso envolve o engajamento da liderança, o monitoramento constante e a disposição para rever estratégias.

Empresas multinacionais, por exemplo, precisam considerar diferentes contextos culturais. Mesmo assim, o objetivo permanece: reduzir desigualdades, promover ambientes justos e fortalecer a legitimidade da organização no mercado e na sociedade.

Boas práticas para auditar diversidade e inclusão

Ao avaliar práticas de diversidade e inclusão na cadeia de valor, é importante considerar os seguintes passos:

Diagnóstico inicial: conhecer o perfil dos colaboradores e parceiros, identificar barreiras e entender a percepção interna sobre equidade.

Engajamento da liderança: o comprometimento da alta gestão é fundamental para dar legitimidade e continuidade às ações.

Política formal de D&I: um documento público que estabeleça compromissos, diretrizes e metas claras.

Canais de escuta e denúncia: ferramentas seguras e acessíveis para relatos de discriminação, assédio ou desigualdade.

Monitoramento de indicadores: avaliação contínua de dados sobre representatividade, promoções, rotatividade e remuneração.

Integração com fornecedores: inclusão de cláusulas contratuais de D&I, suporte técnico e alinhamento de expectativas com os parceiros.

Essas boas práticas ajudam a estruturar uma abordagem sólida e mensurável, promovendo um ciclo de melhoria contínua.

Indicadores de diversidade e inclusão: principais tipos

Para avaliar com profundidade, é necessário combinar métricas quantitativas e qualitativas. Abaixo, estão alguns exemplos que podem ser utilizados de forma adaptada à realidade de cada empresa:

Indicadores demográficos (quantitativos)

  • Percentual de fornecedores liderados por grupos minorizados (mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+, PCDs).
  • Representatividade em cargos de liderança.
  • Proporção de funcionários PCDs, considerando a Lei de Cotas (Lei 8.213/91).

Indicadores de políticas e estrutura

  • Existência de política formal de D&I nos fornecedores.
  • Presença de canal de denúncia para casos de assédio ou discriminação.
  • Inclusão de cláusulas inclusivas nos contratos.
  • Treinamentos realizados sobre vieses inconscientes, equidade racial e acessibilidade.

Indicadores de ações afirmativas

  • Programas de desenvolvimento de fornecedores diversos.
  • Parcerias com redes, ONGs ou coletivos voltados à inclusão.
  • Iniciativas de mentoria e aceleração para negócios inclusivos.

Indicadores de percepção

  • Pesquisas internas com recorte de diversidade.
  • Feedbacks de grupos minorizados sobre o ambiente de inclusão.

Indicadores de resultado e impacto

  • Evolução anual dos indicadores de diversidade entre fornecedores.
  • Impacto social da cadeia de valor inclusiva (ex: geração de renda em comunidades vulneráveis).

Mais importante do que adotar todos os indicadores, é garantir que eles estejam integrados à estratégia de gestão, com metas claras, transparência e auditorias periódicas.

Como avaliar fornecedores com foco em diversidade e inclusão

Auditar fornecedores a partir de uma perspectiva inclusiva exige sensibilidade e método. É preciso ir além da documentação e verificar práticas reais, como a diversidade nas lideranças, ações afirmativas, treinamentos e canais de escuta ativos.

Algumas estratégias úteis incluem:

  • Checklists de conformidade;
  • Entrevistas qualitativas;
  • Inclusão de critérios de D&I em editais e contratos;
  • Avaliação de riscos sociais e acompanhamento periódico.

Esse processo fortalece a parceria com fornecedores comprometidos e impulsiona a evolução do ecossistema empresarial.

Benefícios da diversidade e inclusão na cadeia de valor

Empresas que integram D&I de forma consistente colhem benefícios em toda a cadeia. Organizações inclusivas são mais inovadoras, atraem e retêm talentos com mais facilidade, e têm um ambiente interno mais saudável.

Além disso, uma cadeia de valor inclusiva amplia a competitividade, mitiga riscos e fortalece a confiança de investidores e consumidores que cada vez mais valorizam empresas socialmente responsáveis.

A inclusão deixou de ser uma pauta exclusivamente social para se tornar um diferencial competitivo. Incorporar práticas de diversidade e inclusão na cadeia de valor é uma escolha estratégica para empresas que desejam construir ambientes mais justos, inovadores e sustentáveis.

Mensurar e auditar essas práticas, apesar dos desafios, é possível por meio de indicadores bem estruturados, escuta ativa e liderança comprometida. Avançar nessa agenda é promover uma transformação real com base em dados, ações afirmativas e responsabilidade compartilhada.

Como a Bernhoeft pode te ajudar?

Com ampla experiência em gestão de terceiros, a Bernhoeft oferece soluções personalizadas para ajudar sua empresa a estruturar processos, políticas e indicadores que promovem diversidade e inclusão ao longo de toda a cadeia de valor.

Apoiamos a implementação de boas práticas, treinamentos e exigências contratuais alinhadas aos pilares do ESG. Nossa equipe especializada pode ajudá-lo a tornar esse tema parte ativa da sua estratégia de negócios.

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Autora: Geovana Adalva Rodrigues Santos | Analista de Gestão de Terceiros na Bernhoeft