Cálculos Judiciais

Relatórios gerenciais: métricas essenciais para análise do passivo trabalhista e cível das empresas

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Muito se fala sobre as inovações empresariais, seus produtos e serviços. Mas, é pouco comum ouvirmos sobre empresas revisitando seus processos para entender onde erraram, o que pode ser mantido ou até buscando soluções que apontem melhorias legais.    

É aqui onde entram os relatórios gerenciais. Avaliar o passivo jurídico da empresa nada é mais do que entender quais são as obrigações e recebimentos dentro de um processo judicial, observando padrões, discrepâncias e, assim, poder gerenciar a saúde financeira do seu negócio. Só se pode com aquilo que se conhece, não é?!   

Estes relatórios não são só compilados de números e estatísticas, são fontes de informações estratégias que se bem usados e avaliados podem revelar insights valiosos.   

As métricas extraídas deles dão uma compreensão aprofundada dos passivos jurídicos, permitindo uma visão abrangente do estado real e legal da empresa. E é por esse caminho que vamos seguir neste artigo. 

Número e natureza dos processos   

Essa métrica está relacionada à tipologia e contagem dos processos em que a empresa está envolvida. Ela oferece uma visão aprofundada da extensão e dos tipos de litígios que estão sendo enfrentados. 

Ressaltamos a importância deste indicador porque acreditamos em sua capacidade de oferecer uma avaliação abrangente do cenário legal em que a organização está inserida. O número de processos indica quantitativamente o volume de ações, enquanto a natureza permite uma compreensão qualitativa das áreas de risco e das questões legais predominantes. Estamos falando desde ações trabalhistas e questões contratuais até processos relacionados a responsabilidade civil, regulamentações governamentais, propriedade intelectual e mais. 

O objetivo fundamental ao analisar essa métrica é possibilitar uma avaliação precisa do passivo jurídico. Ela permite identificar tendências, problemas específicos recorrentes e possíveis vulnerabilidades no âmbito legal. Além disso, essa métrica ajuda o planejamento estratégico da empresa, auxiliando na alocação de recursos, na mitigação de riscos e no desenvolvimento de estratégias para reduzir processos futuros das mesmas ordens.  

Montante total reivindicado

Aqui falamos da soma total em dinheiro que está sendo solicitada em todos os processos que a empresa está inserida.   

O montante total permite avaliar o impacto financeiro crescente dos processos em curso. É como uma visão do impacto que essas ações podem desencadear dentro da empresa. Saber disso possibilita que a gestão implante um plano de ação que englobe estratégias para mitigar os riscos em torno do tema e estabeleça provisões adequadas para as contingências que estão por vir. 

Faz parte dessas estratégias negociar acordos com a parte reclamante, se fizer sentido e for do interesse da empresa, alocar recursos para resolver essas disputas e preparar o financeiro com decisões baseadas em dados seguros. 

Custos judiciais e acordos

Ela representa os gastos e despesas associados aos processos legais em curso, bem como os valores de acordos feitos para encerrar litígios. 

Os custos judiciais englobam uma série de despesas, como honorários de advogados e profissionais relacionados, custas processuais, despesas com perícias, acordos feitos para encerrar ações, entre outros. Eles representam um peso significativo nos recursos financeiros da empresa e devem ser monitorados. A importância dessa métrica está justamente na compreensão do impacto financeiro que esses processos exercem sobre a empresa. 

Ao analisar esse indicador a gestão compreende e controla os custos associados aos processos, entende se aqueles valores estão dentro do esperado, onde estão aumentando e se concentrando. Ele é fundamental para a gestão do passivo jurídico, uma vez que fornece informações claras sobre o impacto financeiro. Com esses dados, a empresa pode reavaliar suas estratégias. 

Pedidos x condenadas

Comparativo entre o número de pedidos feitos contra a empresa com o número de condenações ou decisões judiciais desfavoráveis que ela enfrentou. 

Esse indicador faz a ponte entre o que é solicitado nos processos legais e o que é efetivamente condenado ou decidido desfavoravelmente. Isso permite uma avaliação mais aprofundada sobre a taxa de sucesso da defesa da empresa, identificando possíveis lacunas entre pedidos e condenações. 

Ao examinar a relação entre esses dois tópicos, entendemos as demandas que estão sendo frequentemente convertidas em decisões desfavoráveis para a empresa, bem como analisar padrões e tendências nesses processos. É nesse momento que a gestão identifica áreas onde a defesa precisa focar seus esforços.  

Pedidos x condenadas é uma métrica superimportante para ser avaliada. É ela quem determina o que precisa ser ajustado para que a defesa seja mais eficiente, além de apontar as áreas que devem receber mais recursos da empresa. 

Colaborador próprio x terceirizado

Essa métrica compara e contrasta as questões legais enfrentadas pela empresa em relação aos colaboradores internos e aos colaboradores terceirizados.  

Os colaboradores próprios têm uma relação de emprego direta com a empresa, enquanto os terceirizados são contratados por meio de empresas terceirizadas que prestam esse serviço. Essa distinção e comparação é positiva na análise do passivo jurídico pois esclarece a compreensão dos processos gerados a partir desses grupos.  

O objetivo ao analisar essa métrica é permitir à gestão entender e gerenciar de forma mais eficaz os riscos associados a diferentes tipos de colaboradores. Por exemplo, em funcionários internos, as verbas com maiores impactos podem ser horas extras e periculosidade. Enquanto os terceirizados concentram-se em verbas rescisórias. 

Entendendo essa diferença, a empresa consegue elaborar novas ações para acompanhamento dos diferentes colaboradores, como estratégias direcionadas, implementação de políticas específicas e revisão de contratos. Tudo isso priorizando os pontos importantes e que demandaram das ações judiciais. 

É possível ainda solicitar ao seu parceiro de cálculos um indicador mais aprofundado. Observando quais terceirizados estão entrando com processos judiciais, um novo filtro por ser incluído para obter um relatório ainda mais completo e direcionado, agora por empresa terceirizada. 

Localidade/região

Refere-se à distribuição geográfica ou em unidades dos processos legais enfrentados pela empresa. As leis e regulamentações podem variar de uma localidade para outra, e as condições legais podem ser influenciadas por fatores culturais, políticos, sociais e econômicos específicos de cada região.  

Um relatório gerencial que contemple essa métrica possibilitará à gestão entender e mitigar os riscos legais específicos de cada local, seja ele estado, cidade ou unidade. A análise geográfica dos processos jurídicos permite identificar padrões e tendências que podem revelar áreas de maior ou menor vulnerabilidade e, assim, atender às especificidades de cada localidade, reduzindo a exposição à riscos e otimizando a gestão do passivo jurídico

Tecnologia e Ferramentas de Análise

Incorporar a tecnologia na gestão do passivo jurídico, seja trabalhista ou cível, não só agiliza os processos, como também aprimora significativamente a precisão dos cálculos e a eficiência na administração de questões legais.  

Com softwares bem desenvolvidos, é possível automatizar as tarefas burocráticas como a organização dos dados. Isso acelera o processo e reduz a probabilidade de erros. Utilizando os algoritmos certos, a tecnologia pode avaliar padrões em dados históricos para prever tendências, ajudando na antecipação de possíveis riscos, em insights que colaboram na interpretação da natureza e impacto do passivo e na alocação adequada de recursos.  

Aqui na Bernhoeft nós levamos a sério a tecnologia, mas, antes dela, nosso principal ativo são os nossos colaboradores que usam sua expertise para decisões estratégicas!

Exemplo prático

 

No vídeo acima, Paulo Souza, nosso sócio na área de Cálculos Judiciais, traz um case prático envolvendo o tema da Decisão do STF e como alguns dashboards podem ser importantes para uma efetiva gestão do passivo!  

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